quarta-feira, abril 27, 2005

Quando a dúvida acaba...

E de repente voltam as longas horas de calmaria...
Confusões mentais, caminhos que se ramificavam à sua frente e escolhas difíceis eram tudo que caracterizava o alto nível de desordem na sua vida. Ele desejava se ver livre daquele turbilhão e agora que conseguira parecia enlouquecer de tédio.
O garoto complicado quer ver quem ele gostaria que estivesse online novamente. E por mais que possa parecer insensatez, quer que aquele contato volte a lhe provocar dúvidas como antes. Ao menos naquele tempo ele dispunha do alvo, enquanto agora permanece atirando às cegas numa escuridão de pensamentos vagos e passageiros.

sexta-feira, abril 22, 2005

Se...

“Se não fosse por (...) eu namoraria você”.
Ouvir algo assim o fizera pensar muito em como direcionava sua vida até então. Por que ele dificultava tanto? Não seria tão simples se o garoto complicado cedesse ao óbvio? Sentia como se sua vida fora amaldiçoada pelo “se...” e embora já tivera tomado atitudes objetivas na vida, continuava à mercê do vazio causado por pensamentos que o remetiam àquilo que poderia ter acontecido.

E as chances lhe escapavam continuamente como areia fina entre os dedos da mão... Enquanto que a verdade era que não havia obstáculo algum.

Se ele soubesse...

quinta-feira, abril 21, 2005

efeito offline...

A noite que seguia era mais uma copia perfeita de noites passadas. O vento soprava suave enquanto o coqueiro lhe seduzia numa dança hipnótica à janela do seu quarto. Ele tinha a expressão do mistério, seus olhos desnudavam o mundo e se perdiam em abstrações... Quantas vezes estivera distante daquilo que realmente o remetesse ao concreto ele não saberia dizer. Era filho de Platão. Já estava ali há bastante tempo. Vozes interagiam numa conversa agradável naquele deserto em que se encontrava. Ele era capaz de prever tudo o que seria dito e isto não o entediava, uma vez que não era o óbvio que predominava naquele devaneio encantador, era a manifestação de seus anseios em cada palavra que chagava aos seus ouvidos. Há muito o relógio havia deixado de funcionar. Seu instinto o impelia a dirigir aquele filme que se projetava a seu dispor. Os corpos deveriam se aproximar, mas os lábios jamais se encontrariam, àquele mundo eram proibidas as sensações. O diretor ordenava, mas a cena não findava como desejava. A situação desconfortável se intensificava a cada replay. Ele estava sufocado. Até que um som inesperado o serviu de passaporte de volta para o seu quarto. No monitor ligado alguém preenchia a sua lista vazia de contatos virtuais. Chegara então o momento em que lhe era apresentada a chance de conhecer um mundo além dos seus limites platônicos. Tudo o que precisava fazer era iniciar a conversa assim como o tinha feito no deserto. Mas de alguma forma ele sabia que em realidades diferentes, abordagens diferentes se faziam necessárias. O relógio voltara a funcionar. Ele não sabia o que dizer. Parecia tão perto, tão simples... Bastaria dizer “oi”. Duas letras digitadas numa fração de segundo lhe custavam um esforço imensurável. Estaria ele condenado ao estigma dos fracassados? Quando enfim o garoto complicado se convencera a mudar o curso do destino... O contato já não fazia mais parte das possibilidades concretas de que dispunha. Sua lista estava vazia. Sua chance se adiava mais uma vez para um futuro indeterminado. Mais um conflito o vencia como o fizera repetidas vezes. E ele sabia bem disso... Do lado de fora da janela o vento soprava suave enquanto o coqueiro dançava num ritmo lúdico. E o que restava naquela noite solitária eram apenas os mesmos ecos que o remetiam às abstrações de um deserto encantador.

quarta-feira, abril 20, 2005

to start...


E ele voava rápido como um pássaro... Naquele momento, em trajetórias circulares, nada mais sentia a não ser a chuva fina que parecia furar-lhe o rosto... Em cada rajada de vento... Em cada raio de sol... Imaginava-se em algum lugar entre o sim e o não, perdido de alguma forma entre um ponto e um travessão, alienando-se como um garoto complicado entre o sonho e a razão...

E ele não tinha a menor idéia de para onde estava indo...

Sejam bem vindos ao vórtice da minha mente!